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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

27 de dezembro de 1703 - Tratado de Methuen


Barcos-rabelos

O Tratado de Methuen, também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, foi assinado entre a Inglaterra e Portugal, em 27 de Dezembro de 1703. Foram seus negociadores o embaixador extraordinário britânico John Methuen, por parte da Rainha Ana da Inglaterra, e D. Manuel Teles da Silva, Marquês de Alegrete. Pelos seus termos, os portugueses se comprometiam-se a consumir os têxteis britânicos e, em contrapartida, os britânicos, os vinhos de Portugal.
Com três artigos, é o texto mais reduzido da história diplomática europeia:
"I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.
II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo ou abatendo uma terça parte do Direito do costume. Porem, se em qualquer tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lã e todas as demais fabricas de lanificios de Inglaterra.
 III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro do termo de dois meses se passarão as Ratificações."

 Ao longo do tempo, a vigência desse acordo levou grande parte dos produtores agrícolas de Portugal a utilizarem as suas terras cultiváveis para a produção de vinho. No entanto, essa mesma prática impedia que a economia portuguesa se voltasse para o desenvolvimento de outras atividades que pudessem dinamizar a sua economia. A demanda portuguesa por tecidos era bem maior do que a riqueza produzida pela venda do vinho à Inglaterra e, desse modo, os portugueses acumularam grandes dívidas geradas pela necessidade crescente de se consumir os produtos ingleses manufaturados.
 Na segunda metade do século XVIII, o marquês de Pombal, principal ministro do rei D. José I, tomou medidas cujo objetivo seria de reverter essa situação. Contudo, o desinteresse da aristocracia portuguesa impedia que um projeto de modernização econômica se estabelecesse naquelas terras.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Sepultura de mulher com 8000 anos descoberta em Alcácer do Sal


Esqueleto estava num monte de conchas perto do rio Sado, deixadas lá pelos últimos caçadores-recolectores em território português. Não muito longe, tinha-se já encontrado um cão com 7600 anos.
Colocaram-na cuidadosamente de costas, com os braços sobre a barriga e as pernas bastante fletidas, e assim ficou em repouso durante cerca de 8000 anos. Anunciada esta quinta-feira, a descoberta é da equipa de Mariana Diniz, da Universidade de Lisboa, e Pablo Arias, da Universidade da Cantábria (Espanha), coordenadores do projeto Sado-Meso, que se centra nos concheiros do estuário do Sado.
 O concheiro de Poças de São Bento é um desses amontoados de conchas deixados pelos últimos caçadores-recolectores, no Mesolítico, quando as sociedades agro-pastoris estavam já a emergir no território agora português. E as conchas eram restos da alimentação que os caçadores-recolectores retiravam do Sado, como berbigão, amêijoas, douradas e robalos.
 Este mesmo concheiro já tinha dado uma prenda aos investigadores do projeto Sado-Meso em 2011: encontraram o esqueleto de um cão, o Piloto, que datações por radiocarbono, realizadas na Universidade de Oxford, Reino Unido, confirmaram que tinha 7600 anos.
 Claramente documentada numa escavação, é a sepultura de um cão mais antiga do Sul da Europa. Este cão mesolítico, sublinhou na altura a equipa, é importante para compreender o universo mental destes grupos de caçadores-recolectores. Mulher e cão partilharam assim o mesmo concheiro na hora da morte. “Mas não podemos dizer que é ela era a dona do cão”, diz a arqueóloga, trazendo-nos de volta à realidade mais objetiva da ciência. “Estão no mesmo concheiro, mas aparentemente, pelos dados que temos agora, a zona da necrópole humana e o cão estão separados 10 a 15 metros. Temos a necrópole humana mais a nascente e o cão está no limite poente do concheiro.” Embora ainda sem datações, o esqueleto da mulher parece ser um pouco mais antigo que o do cão, uma vez que ela encontra nas areias de base do concheiro. “Em pré-história, um pouco mais antigo pode ser 300 ou 400 anos...”

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

6 de dezembro de 1383 e de 1925

Foi preso um dos grandes burlões da história portuguesa: Artur Alves dos Reis. D. João, Mestre de Avis, matou o conde de Andeiro.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

5 de Dezembro de 1496: D. Manuel I assina o decreto da expulsão dos Judeus de Portugal




Rei D. Manuel I
Para satisfazer uma exigência feita pelos Reis Católicos de Espanha, Fernando e Isabel, como condição para a realização do casamento de D. Manuel I com a Infanta D. Isabel, filha daqueles reis, o rei de Portugal promulgou em 5 de Dezembro de 1496 o édito de expulsão de judeus e de mouros do território português, tal como os reis espanhóis haviam feito em 1492. O rei D. Manuel I tentou fazer com que a princesa reconsiderasse mas foi tudo em vão. Em 5 de Dezembro de 1496, D. Manuel assinou o decreto de expulsão dos hereges (judeus e mouros), concedendo-lhes o prazo até 31 de Outubro de 1497 para que deixassem o país. Aos judeus, o rei permitiu que optassem pela conversão ou desterro, esperando assim que muitos se batizassem, ainda que apenas pro forma. No que tocava aos judeus, o rei estava plenamente ciente da importância que aquela comunidade representava, nomeadamente na vertente económica. Assim, para os judeus que quisessem receber as águas do Batismo havia liberdade de permanecer. Os que não o fizessem, ficariam sujeitos à pena de morte e ao confisco dos bens. Mais tarde, medidas que dificultavam a saída dos judeus foram implementadas. Mas Espanha pressionava, e a própria infanta D. Isabel manifestou abertamente ao rei a sua posição, ao declarar: "só entrarei em Portugal, quando estiver limpo de infiéis".

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

À DESCOBERTA DA ARTE

Os alunos das turmas do 6º ano, da Escola Básica vale de Milhaços, realizaram a 1ª atividade que se encontra aberta à comunidade, entre os dias 2 e 13 de dezembro. O tema escolhido foi a arte e os trabalhos expostos abordaram a Arte Barroca, no reinado de D. João V e o Urbanismo Pombalino. A criatividade presente nos trabalhos revela o grande envolvimento dos alunos e das famílias que acompanham, de forma muito próxima, a vida escolar dos seus educandos. Parabéns a todos os que se envolveram no projeto e deram o seu melhor para a concretização da atividade. Os docentes do 6º ano.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

29 de novembro de 1807 - Partida da família real para o Brasil

Embarque da corte portuguesa para o Brasil - Henry L'Évêque

A partida da corte portuguesa para o Brasil, em Novembro de 1807, foi preparada e pensada com antecedência. Durante o ano de 1807, verificou-se o avanço das tropas napoleónicas sobre a Península Ibérica. Napoleão Bonaparte pretendia tornar-se o senhor da Europa e lançara uma vasta campanha de conquista dos territórios e dos seus habitantes. Impôs o que ficou conhecido por Bloqueio Continental, de 21 de Novembro de 1806, um bloqueio económico contra a Inglaterra, que se traduzia no fecho dos portos ao comércio com este país e na entrega aos franceses de todos os súbditos ingleses que residissem em território nacional. Portugal optava pela neutralidade, não cumprindo as ordens francesas e numa estratégia diplomática tentou comprar a paz aos franceses, o que não conseguiu. Em Portugal reinava ainda D. Maria I, que se encontrava incapaz de governar devido a uma longa e grave doença psíquica que a afetava desde 1795.

Príncipe Regente D. João - Francesco Bartolozzi 

 O príncipe regente D. João, futuro D. João VI, assumiu a regência e assistia com atenção aos avanços dos franceses na Europa. Em Agosto, fora aconselhado pelos ministros a partir para o Rio de Janeiro. Por isso, a 7 de Setembro de 1807, dirigiu um ofício ao ministro de Portugal residente em Londres, comunicando a sua intenção de se retirar para o Brasil, para evitar a guerra, a invasão do território português e para manter a salvo a monarquia portuguesa. A 22 de Outubro de 1807 D. João assinou com Jorge III, uma convenção secreta, em que era garantida a proteção e a defesa a Portugal, apoio na partida da família real para o Brasil e na ocupação temporária da ilha da Madeira pelas forças britânicas. Em troca o governo português não entregaria os súbditos britânicos nem lhes confiscaria os bens e não fecharia os portos à navegabilidade e comércio com a Inglaterra. Ao saber da convenção luso-britânica, os franceses assinaram com os espanhóis o tratado de Fontainebleau de 27 de Outubro de 1807, que previa após a invasão de Portugal, a divisão do território português em três partes. A 20 de Novembro, o Comandante Junot entrou em Castelo Branco, o príncipe regente encontrava-se em Mafra e a restante família real em Queluz. Organizaram-se então os preparativos, já pensados desde Agosto, para o embarque e viagem para o Brasil. Foram escolhidas as pessoas que seguiriam com a família real, nobres, membros do clero, oficiais, funcionários públicos e demais pessoal que acompanharia a máquina governativa e entregues os passes para o embarque. Cerca de 12000 pessoas embarcam numa esquadra composta por 8 naus, 3 fragatas, 4 brigues, 1 escuna de guerra; e 20 navios mercantes da marinha nacional. No cais amontoavam-se habitantes de Lisboa, que ao se aperceberem da partida da família real tentam também embarcar. Guardas da polícia patrulham o cais, no qual se chegou a erguer duas tendas, que albergavam toda a carga e a bagagem. Seges e liteiras chegam de todas as direções com os ministros e os que partem. A confusão foi grande e na pressa muito ficou por embarcar, porque não fora prevista o volume de pessoas e de carga. A bordo os barcos encontravam-se cheios, e segundo os testemunhos e relatos da época a confusão era grande. Por falta de vento a viagem não pode logo prosseguir e a Corte ficou a pairar no Tejo até ao dia 29 de Novembro. A 30 as tropas de Junot entraram na cidade de Lisboa acompanhados pela guarda real portuguesa, que tinha ordens para receber os invasores sem hostilidade. A família real partiu e com ela seguiu a armada de Sidney Smith, que deveria acompanhar a expedição portuguesa e assegurar a boa viagem da corte até ao Rio de Janeiro. Partiu pela primeira vez a Corte para o Brasil, e aí permaneceu até 1821.

 Partida da Corte para o Brasil (1807)
"Vejo que pelo interior do meu Reino, marcham tropas do Imperador da França e Rei de Itália (…) e que as mesmas se dirigem a esta capital (…) Conhecendo eu igualmente que elas se dirigem particularmente contra a Minha Real Pessoa e que os meus Reais Vassalos serão menos inquietados ausentando-me eu deste Reino, tenho resolvido (…) passar com a Rainha (…) e toda a Real Família para os Estados da América e estabelecer-me na cidade do Rio de Janeiro até à paz geral (…)"

Carta de D. João VI (adaptação)
"As bagagens da Corte, expostas ao tempo e quase abandonadas, ocupavam desde a rua da Junqueira até ao Cais e as carruagens não puderam entrar no Largo de Belém porque (…) o imenso povo que estava no largo, as bagagens e o regimento de Alcântara que faziam a guarda de honra impediam o trânsito (…) Por uma salva da esquadra soubemos que Sua Alteza tinha chegado a bordo. A maior parte das famílias, em consequência da confusão que reinava, dividiam-se embarcando no primeiro navio que encontravam; as bagagens ficavam em terra e muita da que embarcou foi em navios aonde não iam os seus donos (…)" Memórias do Marquês da Fronteira e de Alorna adaptação)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

22 de novembro de 1497

VASCO DA GAMA PASSA O CABO DA BOA ESPERANÇA RUMO À ÍNDIA
Em 1497, o rei D. Manuel I envia uma armada de quatro navios, com cerca de cento e cinquenta homens, chefiada pelo fidalgo Vasco da Gama, à descoberta da via marítima para a longínqua Índia das especiarias.
A armada saiu a barra do Tejo no dia 8 de Julho de 1497. João de Barros, historiador da época de D. Manuel I, refere-se assim a este facto:

"Postos os navios no Restelo, lugar de ancoragem antiga, um dia antes da sua partida foi (o Gama) ter vigília com os outros capitães à casa de Nª. Srª. da invocação de Belém, situada neste lugar do Restelo, a qual naquele tempo era uma ermida que o Infante D. Henrique mandou fundar, onde estão ainda alguns freires da Ordem de Cristo para administrarem os sacramentos aos mareantes. Ao seguinte dia que era Sábado 8 de Julho (1497) por ser dedicado a Nª. Srª., e a casa de muita romagem; assim por esta devoção como por se irem despedir dos que iam na armada, concorreu grande número de gente a ela. E quando foi ao embarcar de Vasco da Gama os freires da casa com alguns sacerdotes que da cidade lá eram idos a dizer missa ordinaria, uma devota procissão com que o levaram ante si nesta ordem, ele e os seus com círios nas mãos e toda a gente da cidade ficava detrás respondendo a uma ladaínha que os sacerdotes diante íam cantando, até os porem junto dos bateis em que se haviam de recolher. (...)

A Viagem - A armada parte do Restelo no sábado 8 de Julho, passa pelas Canárias, detém-se em Cabo Verde, dá uma larga volta pelo Atlântico Sul e passa o cabo da Boa Esperança em 22 de Novembro de 1497.
Entre o Natal de 1497 e 24 de Abril de 1498, a armada explora a costa oriental de África, e a 18 de Maio de 1498 atinge a Índia a norte de Cananor. Ao regressarem a Lisboa em 10 de Julho de 1499, os portugueses haviam inaugurado uma nova era nas relações mundiais.

domingo, 17 de novembro de 2013

17 de novembro de 1717 e 1982

CONSTRUÇÃO DO CONVENTO DE MAFRA E PUBLICAÇÃO DO "MEMORIAL DO CONVENTO" 
No início do século XVIII, D. João V, rei de Portugal, aconselhado por um clérigo da corte, prometeu mandar construir o maior e mais caro monumento do país caso tivesse descendência, filho ou filha. Quando a rainha D. Maria Ana de Áustria deu à luz uma bebé, a princesa D. Maria Bárbara, o rei cumpriu a promessa.


As obras iniciaram-se no dia 17 de novembro de 1717. O rei não olhou a despesas. O sumptuoso edifício é composto por uma basílica, um palácio real e um convento.

No dia 22 de Outubro de 1730, às 7 horas da manhã, iniciaram-se os festejos da inauguração. Foi servido um banquete popular a mais de 9 mil pessoas. A festa prolongou-se por uma semana, ao som da música dos dois enormes carrilhões (com 92 sinos) construídos expressamente em Antuérpia (Bélgica). Os carrilhões, que ainda hoje são usados para tocar melodias, estão apontados como dos melhores do mundo.

O livro “Memorial do Convento”, que projetou José Saramago internacionalmente, tem como cenário e inspiração o Convento de Mafra.

No século XIX, a rainha D. Maria Pia, que frequentava o Palácio Real de Mafra, mandou construir um elevador (do rés-do-chão ao terceiro piso), com capacidade para 10 pessoas, que ficou conhecido pela Caranguejola. Foi o primeiro elevador em Portugal.

Uma das grandes atracões do edifício é a Biblioteca, não só pelo seu estilo barroco e por conter cerca de 40 mil livros antigos (muitos com encadernações em couro gravadas em ouro, como a segunda edição de “Os Lusíadas”) mas, sobretudo, pelos morcegos que alberga.

E por falar em animais, falta a referência às famosas, enormes e temíveis ratazanas que deambulam pelos subterrâneos do Convento de Mafra.

Ler mais em: http://www.palaciomafra.pt/pt-PT/conventomenu/ContentList.aspx


terça-feira, 12 de novembro de 2013

12 de novembro de 1991


MASSACRE DE SANTA CRUZ EM TIMOR-LESTE

 O Massacre de Santa Cruz em Timor Leste foi um tiroteio sobre manifestantes pró-independência no cemitério de Santa Cruz em Dili, a 12 de novembro de 1991, durante a ocupação de Timor-Leste pela Indonésia. A maioria das vítimas foram jovens, por isso é normalmente indicado como o dia de juventude de Timor Leste. Nesse dia tinha havido uma missa por alma de Sebastião Gomes, um jovem membro da resistência timorense, e havido uma romagem à sua campa no cemitério. Os jovens motivados pela revolta por esse assassinato, manifestaram-se contra os militares da Indonésia com o objetivo de mostrarem o seu apoio à independência do país.


O exército indonésio abriu fogo sobre a população, matando 74 pessoas no local, com 127 a morrer dos ferimentos nos dias seguintes. Até 2012, a localização de muitos corpos continua ainda a ser desconhecida. Alguns manifestantes foram presos e só foram libertados em 1999, por altura do referendo pela independência.

Ver mais em: http://videos.sapo.pt/8JsPOfoEEfz3QQWDKzpQ

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

SABE O QUE FOI A LEI FEIJÓ?


'A LEI PARA INGLÊS VER'


Além de enfrentar o movimento das ruas e das tropas, os interesses divergentes de restauradores e exaltados, os atentados, as fugas de escravos e insurreições negras, o Governo Regencial tinha, também, que enfrentar a pressão inglesa para a extinção do tráfico negreiro internacional. Diversos acordos já tinham sido assinados entre o Brasil e a Inglaterra, limitando o alcance e a abrangência do tráfico negreiro, desde a vinda de D. João para o Brasil. Todos esses acordos ainda não eram suficientes para a Inglaterra, que visava mesmo o fim da escravidão.
Pretendendo retardar o mais possível a eliminação dessa força trabalhadora e aliviar a pressão inglesa, o governo promulgou, em novembro de 1831, uma lei proibindo o tráfico negreiro para o Brasil, declarando livres os escravos que aqui chegassem e punindo severamente os importadores. Comentava-se na Câmara dos Deputados, nas casas e nas ruas, que o Ministro Feijó fizera uma "lei para inglês ver".


Lei de 7 de novembro de 1831

Lei Feijó – Proibição do Tráfico Negreiro
A Regência, em nome do Imperador o Senhor Dom Pedro Segundo, faz saber a todos os súditos do Império, que a Assembléia Geral decretou, e ela sancionou a Lei seguinte:
Art. 1º. Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres. Excetuam-se:
1º. Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a país, onde a escravidão é permitida, enquanto empregados no serviço das mesmas embarcações.
2º. Os que fugirem do território, ou embarcação estrangeira, os quais serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fora do Brasil.
Para os casos da exceção no. 1, na visita da entrada se lavrará termo do número de escravos, com as declarações necessárias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscalizar-se na visita da saída se a embarcação leva aqueles, com que entrou. Os escravos, que forem achados depois da saída da embarcação, serão apreendidos, e retidos até serem reexportados.
Art. 2º. Os importadores de escravos no Brasil incorrerão na pena corporal do art. 179 do Código Criminal imposta aos que reduzem à escravidão pessoas livres, e na multa de 200$000 por cabeça de cada um dos escravos importados, além de pagarem as despesas da reexportação para qualquer parte da África; reexportação, que o Governo fará efetiva com a maior possível brevidade, contratando as autoridades africanas para lhes darem um asilo. Os infratores responderão cada um por si, e por todos.
Art. 3º. São importadores:
1º. O Comandante, Mestre ou Contramestre.
2º. O que cientemente deu, ou recebeu o frete, ou por qualquer outro título a embarcação destinada para o comércio de escravos.
3º. Todos os interessados na negociação, e todos que cientemente forneceram fundos, ou por qualquer motivo deram ajuda, a favor, auxiliando o desembarque, ou consentindo-o nas suas terras.
4º. Os que cientemente comprarem, como escravos, os que são declarados livres no art. 1o.; estes porém só ficam obrigados subsidiariamente às despesas da reexportação, sujeitos contudo às outras penas.
Art. 4º. Sendo apreendida fora dos portos do Brasil pelas forças Nacionais alguma embarcação fazendo o comércio de escravos, proceder-se-á segundo a disposição dos arts. 2o. e 3o. como se a apreensão fosse dentro do Império.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Inauguração da ponte D. Maria


Fases da construção da ponte D. Maria


A construção da Ponte D. Maria Pia iniciou-se em Janeiro de 1876.
Na época, foi uma obra de engenharia audaciosa, de Gustavo Eiffel, que deslumbrou portugueses e estrangeiros.
O Porto foi, aliás, a cidade europeia que mais cedo utilizou a “arquitectura do ferro”.
Utilizaram-se 1.600.000 kg de ferro e cerca de 150 operários, na sua construção. As dimensões exigidas, pela largura do rio Douro e das escarpas envolventes, produziram o maior vão construído, até essa data, com a aplicação de métodos revolucionários para a época.
A inauguração, em 4 de Novembro de 1877, foi presidida pelo rei D. Luís e pela rainha D. Maria Pia, que lhe deu o nome.
Esta ponte, que embeleza a cidade do Porto há 130 anos, fez a ligação ferroviária entre o Norte e o resto do País, sendo um motor importante de desenvolvimento.

Para saber mais http://videos.sapo.pt/NzSMQtep2c9vu9jiUfls



sexta-feira, 1 de novembro de 2013

1 de novembro de 1755



O Sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755 ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, às 9:30 ou 9:40 da manhã, dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos. Resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e atingiu ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um maremoto, que se crê tenha atingido a altura de 20 metros e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. Foi um dos sismos mais mortíferos da história, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9 na escala de Richter.

O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e sócio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna sismologia. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire, inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da filosofia do sublime.O epicentro não é conhecido com precisão, havendo diversos sismólogos que propõem locais distanciados de centenas de quilómetros. No entanto, todos convergem para um epicentro no mar, entre 150 a 500 quilómetros a sudoeste de Lisboa. Devido a um forte sismo, ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, este local tem sido apontado como tendo forte probabilidade de aí se ter situado o epicentro em 1755.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo_de_Lisboa_de_1755

terça-feira, 29 de outubro de 2013

29 de outubro de 1936 – CAMPO DE MORTE LENTA



Edifícios das celas colectivas do Campo do Tarrafal


A Colónia Penal do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros. Situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936.

Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de Setembro daquele ano de 1936.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretendia atingir dois objectivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários seria levada ao extremo.

Muro exterior do Campo do Tarrafal




28 de Outubro de 1856 - Inaugurada em Portugal a primeira linha de caminho de ferro

Inauguração da linha de ferro Lisboa Carregado
Em 28 de Outubro de 1856 foi inaugurado o primeiro troço de via férrea em Portugal. Com uma distância de 36 km, ligava Lisboa (Cais dos Soldados) ao Carregado.

O novo meio de transporte compunha-se de duas locomotivas (a “Portugal” e a “Coimbra”) e dezasseis carruagens. O trajecto a percorrer era de 36,5 km e demorou cerca de 40 minutos. No dia seguinte, foi aberto ao público com duas viagens de ida e volta por dia: Lisboa – Carregado 8h45 e 16h / Carregado – Lisboa 7h e 14h15.
Na altura, a obra foi apresentada como "grande ícone da regeneração e da política fontista de progresso nacional", mas esteve longe de colher unanimidade dos principais representantes das letras nacionais da época. "Almeida Garrett foi um dos escritores que criticou a introdução do caminho-de-ferro em Portugal, no século XIX. O autor de «Viagens na Minha Terra» considerava que o caminho-de-ferro "não era o tipo de progresso que o país precisava" e receava que o novo meio de transporte agravasse o fosso entre as grandes cidades do litoral e o interior.


Inauguração do caminho de ferro em Portugal em 28 de outubro de 1856 (aguarela de Alfredo Roque Gameiro)
Ver mais em :

domingo, 27 de outubro de 2013

27 de outubro de 1949 - Atribuição do Prémio Nobel a um português


António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz foi um médico, neurologista, investigador, professor, político e escritor português.

Foi galardoado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina no dia 21 de outubro de 1949, de, partilhado com Walter Rudolf Hess.
Egas Moniz foi proposto cinco vezes (1928, 1933, 1937, 1944 e 1949) ao Nobel de Fisiologia ou Medicina, sendo galardoado em 1949. A primeira delas acontece alguns meses depois de ter publicado o primeiro artigo sobre a encefalografia arterial e, subsequentemente, ter feito, no Hospital de Necker, em Paris, uma demonstração da técnica encefalográfica.
Estátua de Egas Moniz, por Euclides Vaz, frente à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Hospital de Santa Maria
A técnica desenvolvida por Egas Moniz, a operação ao cérebro denominada lobotomia, após forte controvérsia deixou de ser praticada na década de 1960. Familiares de pacientes que sofreram aquela intervenção cirúrgica exigiram que fosse anulada a atribuição do Prémio Nobel feita a Egas Moniz.

sábado, 26 de outubro de 2013

26 de outubro de 1969 - Dia de eleições legislativas em Portugal


No dia 26 de outubro de 1969, aconteceram em Portugal as eleições legislativas de 1969. Apesar de não-democráticas, elas marcaram um importante ponto de viragem na contestação do Estado Novo e na preparação da queda definitiva do regime. Estas eleições foram as primeiras realizadas após a saída de António de Oliveira Salazar da Presidência do Conselho. Decorreram num clima de aparente abertura política, designado por Primavera Marcelista. Concorreram quatro listas: União Nacional, Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Comissão Democrática Eleitoral e Comissão Eleitoral Monárquica. A União Nacional elegeu a totalidade dos 120 deputados, obtendo 980 mil votos.

As listas oposicionistas obtiveram somente 133 mil, não conseguindo eleger qualquer deputado para a Assembleia Nacional.

Os trabalhos do novo Parlamento iniciaram-se em 25 de novembro de 1969 e terminaram com o fim do mandato em 1973.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

22 de outubro de 1536 - Foi fundada a Inquisição em Portugal


D. João III

Em 1536 é publicada em Évora e na presença de D. João III a bula Cum ad nil magis, promulgada pelo Papa Paulo III, que fundava a Inquisição em Portugal. A ideia da criação da Inquisição surgiu em 1183, quando delegados enviados pelo Papa averiguaram a crença dos cátaros de Albi, sul de França, também conhecidos como "albigenses", que acreditavam na existência de um deus do Bem e outro do Mal, Cristo seria o deus do bem enviado para salvar as almas humanas e o deus criador do mundo material seria o deus do mal, após a morte as almas boas iriam para o céu, enquanto as más iriam praticar metempsicose. Isto foi considerado uma heresia e no ano seguinte, no Concílio de Verona, foi criado o Tribunal da Inquisição.



  

Dois sacerdotes demonstrando uma aplicação de tortura sob a supervisão da Inquisição



A utilização de fogueiras como maneira de o braço secular aplicar a pena de morte aos condenados que lhes eram entregues pela Inquisição é o método mais famoso de aplicação da pena capital, embora existissem outros. Seu significado era basicamente religioso - dada a religiosidade que estava impregnada na população daquela época, inclusive entre os monarcas e senhores feudais -, uma vez que o fogo simbolizava a purificação, configurando a ideia de desobediência a Deus (pecado) e ilustrando a imagem do Inferno.

 Ler mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisi%C3%A7%C3%A3o_portuguesa

sábado, 19 de outubro de 2013

19 de outubro de 1921 - A noite sangrenta

A primeira república portuguesa conheceu um dos seus episódios mais negros: a Noite Sangrenta. Os crimes da "noite sangrenta" de 19 de Outubro de 1921 abrem uma devastadora crise moral na República e marcam o início da cadeia de conspirações militares que culminam no 28 de Maio.

Terceiro batalhão da GNR em Alcântara, na manhã de 19 de Outubro *
 * Ilustração Portuguesa, n.º 819, 29 de Outubro de 1921

 Na noite de 19 para 20 de Outubro de 1921 foram assassinados em Lisboa António Granjo, primeiro-ministro demissionário, o almirante Machado Santos, o "herói da Rotunda" no 5 de Outubro, o comandante Carlos da Maia, que liderou a revolta da Marinha no mesmo 5 de Outubro, o comandante Freitas da Silva, chefe de gabinete do ministro da Marinha, o coronel Botelho de Vasconcelos, antigo ministro de Sidónio, e o motorista Jorge Gentil. Foram chacinados por marinheiros, guardas republicanos e civis armados, na sequência de um golpe chefiado pelo coronel Manuel Maria Coelho, o "heróico tenente Coelho" do 31 de Janeiro de 1891 no Porto. O episódio ficou na memória como "a noite sangrenta". No enterro de Granjo, discursou Cunha Leal, que o acompanhou até à morte: "O sangue correu pela inconsciência da turba - a fera que todos nós, e eu, açulámos, que anda à solta, matando porque é preciso matar." Acrescentou Jaime Cortesão: "Sim, diga-se a verdade toda. Os crimes que se praticaram não eram possíveis sem a dissolução moral a que chegou a sociedade portuguesa.

" Ler mais: http://republica-sba.webnode.com.pt/products/depois-veio-a-noite-infame/

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

CONHECE ESTE PALÁCIO?

Fica em Lisboa...

Em 16 de Fevereiro a Illustração Portugueza publicou esta fotografia do Palácio Foz depois do incêndio de 29 de Janeiro de 1929.


Este é o palácio na atualidade.

Aqui ficam alguns recantos do interior do Palácio Foz, situado na Praça dos Restauradores.
É possivel marcar visistas guiadas e tem uma oferta de concerto gratuitos ou com preços simbólicos.
A sua construção iniciou-se em 1777 e vários proprietários e diversas remodelações deram-lhe uma mistura de estilos no seu interior, desde o rococó ao neo-gótico e neo-manuelino. Uma das muitas curiosidades é a “abadia,” um antigo espaço usado como restaurante praticamente exclusivo da elite maçónica onde se realizavam reuniões secretas. Grande parte da decoração revela símbolos esotéricos e figuras mitológicas que mais recentemente serviram de pano de fundo para cenas do filme “Mistérios de Lisboa”.





 


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A condessa da Ericeira e a origem do "pirilampo".

D. Joana de Meneses era a única filha de D. Fernando de Meneses, 2.º Conde da Ericeira, e de sua esposa D. Leonor Filipa de Noronha, uma das damas da rainha D. Luísa de Gusmão. A fim de preservar o título nobiliárquico na família Meneses, ela desposou seu tio paterno, D. Luís de Meneses, que se tornou o 3.° Conde da Ericeira com a morte do irmão em 1699. D. Joana de Meneses aprendeu latim com o padre jesuíta António de Melo e, com seus pais, o italiano, o francês e o espanhol. Foi-lhe ensinada também a arte retórica e poética. A Condessa da Ericeira ficou viúva em maio de 1690, quando seu marido cometeu suicídio ao atirar-se da janela do palácio do casal. Em virtude de sua educação, ela foi nomeada camarista, em 1695, de D. Catarina de Bragança, então já viúva de Carlos II da Inglaterra. Por cerca de dez anos, até o final da vida de sua senhora, a Condessa da Ericeira desempenhou tal cargo e, durante a regência do Reino por D. Catarina, devido à ausência de D. Pedro II, ela se tornou sua confidente na direção dos negócios do Estado1 . A fim de evitar a propagação pelo povo português e brasileiro de palavras como "caga-lume" e "caga-fogo", o padre e lexicógrafo Rafael Bluteau impôs em seu Vocabulario Portuguez e Latino o uso da palavra "vaga-lume" para se referir ao inseto luminescente. Os primeiros nomes citados se justificam pelo fato do inseto acender sua luz na parte posterior do abdómen. Um dos diversos nomes para o mesmo inseto, "pirilampo", foi criado pela Condessa da Ericeira. Ela construiu tal palavra ao pensar em um anagrama construído a partir do grego (pyros=calor e lampis=luz), também com o mesmo objetivo de Bluteau: evitar "nomes imundos" na língua portuguesa.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Estamos de volta - Receção aos alunos do 5º ano

Começou mais um ano letivo!!!
Bem vindos à Escola de Vale de Milhaços!
Como já vem sendo tradição, os alunos que vão frequentar o 5º ano foram recebidos de forma especial, no seu primeiro dia de atividades letivas.
A receção da disciplina de História e Geografia de Portugal constou da apresentação das atividades que têm sido dinamizadas ao longo dos últimos anos, de modo a motivar os alunos para o trabalho a desenvolver. Por outro lado, puderam testar os seus conhecimentos através da participação num pequeno jogo interativo.
Os docentes do grupo disciplinar desejam um excelente ano a toda a comunidade.